O que os JORNAIS do início do século XX escreveram

Correio Nacional - ( 10.09.1900 )

D. Teresa de Saldanha Oliveira e Sousa

Coração dinâmico, desprendida de todas as grandezas e vaidades mundanas, esta nobilíssima senhora, honra e lustre da fidalguia portuguesa, pôs os seus imensos haveres ao cumprimento dessa sublime missão, que se impôs, e onde quer que o seu valioso concurso pode ser útil à sociedade, ei-la derramando, com generosidade pasmosa, o benéfico influxo do seu imenso benfazer.

A Capital - (08.01.1916)

Poeira da Arcada

Faleceu hoje a senhora Dona Teresa Saldanha de Oliveira e Sousa que, em Portugal, instituiu a Ordem Terceira das Dominicanas.

Soube ser a fé invencível, o pensamento esclarecido e seguro, a ânsia do apostolado que as decepções e a amargura nunca encontram dispostos à derrota.

Podendo entre as mulheres de sua terra ser uma grande figura que a todos se impusesse pelo, prestígio das suas qualidades de espírito e pelo sortilégio da sua distinção natural, rompeu com uma ambição tão legítima e refugiou-se, para melhor corresponder as vozes secretas do seu coração, na obscuridade das que sacrificam a Deus num gesto de perfeita renúncia as mais gostosas ilusões de uma existência inteira.

Nunca olhou para trás.

O Dia - (08.01.1916)

Uma grande figura feminina acaba de desaparecer da alta sociedade de Lisboa e que se notabilizou pela grande cultura do seu espírito, pela suas virtudes excelsas, pela sua acrisolada fé cristã: a Senhora Dona Teresa de Saldanha Oliveira e Sousa.

Das suas grandes qualidades foi monumento a sua modelar casa de educação feminina em Benfica de que em 1910 foi desapossada a pretexto de se ministrar ali o ensino religioso, privando-a a república de uma propriedade que era legitimamente sua.

A Nação - (12.01.1916)

Homenagem à virtude

No meio cristão, no meio social, no meio aristocrático português, desapareceu uma figura de mulher ... Referimo-nos à senhora Dona Teresa de Saldanha Oliveira e Sousa, irmã do último marquês de Rio Maior, fundadora e superiora do antigo Colégio de São José, em Benfica.

Agora cumprimos o dever de nos curvar reverentes ante o seu cadáver e de apontar o seu túmulo como o exemplo da abnegação, da virtude, da alteza moral no seu mais alto fatigio, da inteligência consagrada à prática do bem que não foi pouco que espalhou sobre a terra.

Já lhe ouvimos chamar Santa Teresa de Saldanha, e, com efeito, quando a vimos a derradeira vez, trouxemos dessa visita a convicção de que o seu modo, a sua brandura, a sua delicadeza, a sua afabilidade, seriam os característicos modelares das bem aventuradas.

A Defesa - (28.08.1937)

Mais uma Santa Portuguesa? Centenário memorável

Completam-se cem anos, no próximo dia 4 de Setembro que nasceu a Madre Teresa Catarina de Saldanha Oliveira e Sousa.

Esta data merece uma comemoração na imprensa católica do nosso país. Porque afinal, como disse o nosso poeta Guerra Junqueiro na fase iluminada da sua vida, quem vai adiante de todos, quem entra mais profundamente no coração do povo, que mais o comove e encanta são os santos.

Portugal precisa de a conhecer para lhe saber agradecer a largueza luminosa dos seus benefícios, e, digamos também, para a ajudar na continuação e extensão da sua obra. Por agora limitamo-nos a estas duas linhas, recordando uma figura que parece esconder-se, contra toda a justiça, num desperdício que se não explica, na sombra do esquecimento.

Somos tão ricos para a deixarmos assim sumir-se?

Obras Publicadas sobre Teresa Saldanha

ARANTES, Hemetério, D. Theresa Rio Maior, - 1916

MARQUESA DE RIO MAIOR, Fundação da Ordem das Terceiras de São Domingos em Portugal, 1ª Ed. 1923 e 2ª Ed. , Lisboa, 1987.

LIMA VIDAL, D. João, D. Teresa de Saldanha e as suas Dominicanas, Seminário das Missões, Cucujães, 1938.

CONDE DE AZINHAGA, José Pedro de Saldanha Oliveira e Sousa, D. Teresa de Saldanha Oliveira e Sousa – Rio Maior, Fundadora da Ordem das Terceiras em Portugal, sua vida nos anos de 1852 a 1858, Lisboa, 1949.

THIAUCOURT, Madre Maria Rosa, Madre Teresa de Saldanha, Vida e Obra, 1930.

THOMAS, Sister Mary OP, The Lord may be in a Hurry, Kenosha, EUA, 1965.

VVAA, Era uma vez… Thereza de Saldanha, Lisboa 1987. Uma biografia escrita por crianças, alunas do Colégio de São José, Ramalhão – Sintra, para crianças.

FILIPE, Nuno Ferreira, OH, Teresa de Saldanha – Uma vida para os outros, Lisboa, 1990.

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NICOLAU, Rita Maria do Nascimento, Teresa de Saldanha – Uma Vivência Cristã no Feminino, Colecção Nova Spes, Universidade Católica Portuguesa, Lisboa, 1996.

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SALDANHA, Teresa, O Único Amor, Textos espirituais, 1998.

GALVÃO, Maria Elisa Bueno, OP, Teresa de Saldanha – a coragem nasce do amor, Ed. Loyola, São Paulo, SP, Brasil, 2000. Este livro está traduzido em albanês

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SALDANHA, Teresa, Pensamentos de Teresa de Saldanha, Ed. Paulinas, Lisboa, 2000.

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NICOLAU, Rita Maria, Memória das Datas – 1866-2002, Lisboa, 2002.

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FONSECA, Maria Manuel, Teresa, Sonho e Ousadia, Ed. Paulinas, Lisboa, 2004.

SALDANHA, Teresa, Cartas de Teresa de Saldanha na primeira República,1910-1915, Aletheia, Lisboa, 2006.

VVAA, Teresa no coração das crianças, Lisboa, 2007.

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GALVÃO, Maria Elisa, Ed. Loyola, São Paulo, 2012.

Conferências

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Os três amores de Teresa de Saldanha, D. António Ribeiro - Cardeal Patriarca de Lisboa - 1987

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Teresa de Saldanha cedências: O amor, a circunstância, o aforismo, Frei José Augusto Mourão, OP – 1988

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Romantismo e misticismo na pintura de Teresa de Saldanha, Dr. António Quadros - 1988

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Teresa de Saldanha e a renovação religiosa em Portugal, Prof. Dr. António de Matos Ferreira - 2000

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Lacordaire e a Questão Religiosa em Portugal, Lisboa - 2003